Tuesday, June 12, 2007

ODE A QUEM AMO



A Lua

Naquela folha de trevo
A estrela na gota brilhava
Unidas pelo amor
Fogo de luz na água se imiscuía

A lamina de névoa passava
e já não a lembrava
Que da solidão tinha provindo
Na união a vislumbrava

Ò luz enérgica,
que dos corpos irradiava.
Da gota de luz... a noite se fez dia
a lua tinha sido formada

Filha do fogo, filha da água
No zénite tiveste lugar
És senhora das emoções
A estrela na gota brilhava

A felicidade é difícil
A vida é uma estranha senda
Alegres naquela folha de trevo
A estrela e a lua... a gota brilhava


.'.


Gota de luz


Numa tenra folha de trevo
pela saturnina noite aglomerada,
a escura terra acordou-a,
do ar tinha voltado.

A fina neblina deu-lhe alento,
passando por ela como uma navalha
lembrou-lhe que a solidão existia,
naquela folha de trevo.

O sol elevava-se do Nadir,
a alvura lembrava o fogo,
que em paz atingia o seu auge,
nela a luz tinha rutilado.

Na cálida manhã,
esperava adormecer
na sua solidão deitada...
naquela folha de trevo.

O anoitecer tombado,
de mistério a envolvia
sozinha esperando
naquela folha de trevo.


.'.


Estrela da noite

Nas trevas pairava,
da luz parecia provir.
Estranha noite em que vivia...
sua luz não aconchegava.

Pelas algentes tristezas
o seu destino a cercava.
Por mais que contemplasse...
Sua luz não aconchegava.

Extrema negritude,
Infinito desamparo.
Por mais que cintilasse,
do ínfero, a luz não chegava.

Brilhava a pequena luz,
sozinha com o seu fado.
Da morte assim veio,
despida da sua metade.

Luz de fogo no seu cerne
da neptuniana noite a mergulhava.
O vento carregava-a no ventre,
Mas da terra só contemplava... o nada.


.'.


Projecção

Na gélida noite, voltava à vida.
Na folha de trevo prostrada.
A argêntea lamina daquela bruma
Da solidão a lembrava.


Mais uma noite,
Mais uma estranha viagem
De onde tinha provindo,
já não recordava

No alto...no vazio,
cintilava a estrela despojada da sua querida metade.
Do ínfero esperava o amparo
pelo destino,pela terra por fim foi afagada

Luz do sol, luz do espelho
Em tudo estava despojada.
No meio da negritude,
tanto no alto como na terra,
a igualdade foi encontrada

Quem és tu estrela da noite?
Qual é a tua sina?
Sou aquela que em ti brilha e
encontrar-te pequena gota...
parece ser a minha alegre sina.



Emanuel Alves - Março de 2005

1 comment:

Maria Faia said...

Quem és tu que bates a esta porta?
Nesta hora de luar?
Sou apenas e somente,
uma gotinha pequenina,
Irmã de Gota Maior,
que, de mansinho, te vem saudar.

Trijinhos,
Maria Faia